quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Treze Trilogias, Chá e Bolo (tudo inglês)

Nesta 13ª trilogia, o mote foi proposto pela Ana: Um bolo para um chá numa tarde fria.

Confesso que não sou grande apreciador de chás e demais infusões. E bolos, cá pelo blog, há poucos, não porque não seja guloso qb, mas porque nem sempre surge a oportunidade/vontade de fazer um bolo. 
Era assim quase um desafio a duplicar (ou a triplicar, porque também não gosto dos Ingleses), fazer um bolo para acompanhar um chá. Há muito(a)s escort' s para um chá, como umas torradas (bom pão de trigo torrado e manteiga das Marinhas), uns scones, bolos há muitos, de preferência, fofinhos, como se pode ver na consulta que fiz aos gastrónomos do forum da RV...

Mas já que era para acompanhar um chá, escolhi o Bolo Inglês, ou English Cake (fica tudo em família). Curiosamente, googlei e vi que pela blolgosfera tuga não havia muitas entradas (se tivesse pesquisado por bolo rápido, ou sem ovos, ou no microondas, de certeza que teria milhares de link' s). Acabei por me deter no Flagrante Delícia, da Leonor de Sousa Bastos que tem muitas sobremesas interessantes e acima de tudo, muito credíveis. Acabei por fazer o bolo "dela", mas com umas pequenas variações, a saber:

_Fiz numa forma de silicone (e arrependi-me);
_Meti menos farinha (e não me arrependi).

Como não tenho paciência para pesar ingredientes (meço a olho), não terei respeitado totalmente as quantidades da receita original, mas os preceitos, esses foram respeitados.

Misturei cerca de 225 g de manteiga com cerca de 200 g de açúcar e fui trabalhando a mistura com as mãos até obter um creme homogéneo. Depois, lavei as mãos liguei a batedeira. Fui juntando, um a um, quatro ovos e batendo bem. Desliguei a batedeira e passei à colher de pau. Juntei cerca de 250 g de passas que deixei a macerar em rum (ficaram dois dias) e quase a mesma quantidade de frutas cristalizadas e a farinha que me pareceu necessária e suficiente para que a massa não ficasse muito líquida (umas 150 g, ou talvez menos, de farinha com fermento químico) e fui envolvendo bem...

Deixei a massa a descansar um pouco e abeirei-me da forma de silicone que comprei expressamente para este bolo. Untei-a com manteiga e passei-a por farinha, não fosse o diabo tecê-las, que não acredit(ava)o que o silicone seja assim tão bom para formas. 

Já tinha deixado o forno a aquecer a 200º C (com a forma de silicone, havia que ter cautelas, não fosse derreter toda), dei mais uma mexidela à massa e comecei a meter na forma (devo dizer que quando a forma estava meio cheia, já estava a embarrigar de lado, pelo que em eventuais próximas utilizações, só para bolos que pesem menos que suspiros...). Lá meti a massa, fui buscar o tabuleiro para pousar a forma de silicone e enfiei tudo no forno. Baixei a temperatura para 170º C e fiquei a rondar o forno, não fosse acontecer algo estranho. Nada de especial, o bolo começou a ficar muito loiro e tive que o tapar com uma película de alumínio. Deixei cozer (sempre a vigiar e a espetar um palito até ele sair seco), retirei do forno e pousei a forma com o bolo na banca da cozinha (e a forma toda embarrigada). Deixei arrefecer, desenformei (e não, não é assim tão fácil de desenformar) o bolo para uma travessa, deitei-lhe o rum onde tinha macerado as passas e pincelei-o com uma geleia de pinho e mel. Deitei alguns frutos cristalizados por cima e fui-me deleitando com este bolo, que não sendo nada do outro mundo, até ficou muito bom... 


A receita da Leonor, a partir da qual eu fiz este bolo, é mais assertiva, deu um bolo mais parecido com o que se compra na confeitaria, mas este meu bolo, com menos farinha, ficou uma bomba para um grande chá (como o chá preto da Gorreana, ou outros chá mais gourmet ou metrosexuais, mas por mim, dispensei o chá e bebi um porto tawny com alguma idade.

E cumpriu-se mais uma trilogia de estalo :) 

Para a semana, teremos nova trilogia, a mando do Luís, que tal como a Ana, não prescindiram dos frutos secos para os bolos do chá.

2 comentários:

  1. Uns foram pelos secos, outro pela cristalizada, o certo é que a fruta foi a constante desta trilogia doce.
    Achei curiosa a escolha do rum para a maceração das passas, em vez do tradicional Porto ou Madeira e ainda mais curioso que tivesses "reforçado" o álcool, molhando o bolo no fim.
    Enfim, um inglês de barba rija, bem preciso para adoçar amarguras e afogar duas mágoas recentes...:-)

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  2. Um bolo bem bonito, apesar das dissertações animadas e queixosas do seu autor...
    A minha preferida foi a da forma embarrigada!
    Mas ontem tivemos 1 dia difícil a norte do Douro, pois foi?
    2 beijinhos.

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