2011 foi um belo ano de brancos. Nada mais natural que os Alvarinhos de Anselmo Mendes brilhassem. O Contacto custa cerca de dez euros e levou 17 pontos na RV, como tinha referido aqui. O seu topo, o Curtimenta, levou um prémio de Excelência, também da RV e este Muros de Melgaço ficou referenciado como um dos melhores do ano na região (lista completa aqui). Apesar de quase infotografável, a garrafa ao vivo impressiona de linda...
E o conteúdo? Também. Não é muito comunicador no nariz, tem notas cítricas e algum pouco vegetal que caracterizam a casta. Na boca é que impressiona, pelo volume, pela acidez quase perfeita e pela frescura. Uma grande casta a dar frutos na região dos vinhos verdes e a compor um grande vinho que é proposto a um preço razoável, dada a qualidade (cerca de treze euros se se procurar bem). Esqueçam-se as dicotomias parvas do verde/maduro e aprecie-se este vinho com uma bacalhauzada como as há muitas e boas no Minho.
A minha foi feita com uma cama de cebola cortada em meias luas finas no fundo de um tabuleiro, alguns dentes de alho esmagados e laminados, umas poucas tiras de pimento verde, um pouco de polpa de tomate, uma folha de louro, uns pozinhos de pimentão doce e batatas. Descasquei as batatas e fiz umas incisões transversais sem as cortar em rodelas. Deitei-as no tabuleiro e reguei tudo com um pouco de vinho branco e um generoso fio de azeite. Levei ao forno pré-aquecido a 190º C e passado cerca de vinte minutos, reguei as batatas com o molho que se foi fazendo. Passados outros vinte, voltei a regar e deitei um bom lombo de bacalhau que levou um golpe a meio e duas fatias finas de presunto a rechear. Passados mais dez minutos voltei a regar tudo e esperei que as batatas acabassem de ficar macias para servir, o que aconteceu passados cerca de mais dez minutos. No total, uma horita para as batatas e vinte minutos para o bacalhau. Toda a força, volúpia e gordura do prato, casaram lindamente com a acidez e estrutura deste vinho.
De notar que este vinho ainda está a evoluir, pelo que agradecerá que se guardem algumas garrafas para ulteriores provas.
Desta vez nem posso refilar por ter mais copo que garfo... e até conheço aquela garrafa, a verdadeira miss das garrafas...
ResponderEliminarBelo bacalhau!!! E as batatinhas encheram-me o olho e a imaginação, claro...
Beijinho.
Parece-me muito bom, e essas batatas, "hasselback shape" ficam muito bonitas.
ResponderEliminarUma boa ideia!
Convencido, estarrecido, esfaimado! Que beleza de bacalhau...
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