quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Bétula 2009 e Polvo à Moda das Rias Baixas

Há cerca de um ano atrás o Bétula era, para mim, um perfeito desconhecido. Feito no Douro por Francisco Montenegro com uvas provenientes de uma vinha plantada em 2006 de Viognier e Sauvignon Blanc. Um vinho que na sua primeira edição (2008) já tinha agradado bastante como tinha dado nota aqui. Nesta edição de 2009 o vinho parece ainda mais afinado e brilhou no Painel de Vinhos Brancos de Topo tendo sido notado com 17,5 valores, como tinha referido aqui. É de referir que o Aneto 2009, também da Autoria de Francisco Montenegro foi notado com 17 valores no mesmo Painel.
Este Bétula tem um PVP recomendado de € 15,00. O duo de Viognier em madeira e Sauvignon em inox compõe um vinho elegante e requintado, pleno na boca e com um bom final, longo e persistente. Fiquei fã!   

Para acompanhar este belo vinho, um prato desconcertantemente simples, um polvo preparado como o das Rias Baixas e que o Luís Pontes superiormente descreve aqui. Simplesmente cozido em água, cortado em pedaços salpicado com pimentão doce em pó e regado com bom azeite. Acompanhado por um bom pão de trigo de Carção, brilhou...
Já agora e quanto à cozedura do polvo, tenho lido e falado com muitas pessoas e vou chegando à conclusão que a receita para obter um polvo perfeito é muito mais simples do que parece. A forma como o Luís a descreve (polvo previamente congelado, com água e uma cebola em tacho tapado durante 45 minutos) funciona perfeitamente. O polvo fica bem cozido e com a pele e as ventosas no sítio.
 

3 comentários:

  1. Até parece que cheira, o malvado do polvo, com as ventosas repletas de azeite!
    Já fiquei cheio de saudades do "galeguinho" e ainda o Verão vem tão longe...

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  2. Luís, já há uns anos que não degustava o polvo feito desta maneira. Na cozedura, segui as tuas indicações, tirando o mergulhanço do polvo e a cebola e mesmo assim, ficou no ponto. No "tempero" cometi uma falha e um excesso. Não usei o pimentão picante (apenas porque não o consegui encontrar) e usei um azeite superlativo e vindo dum terroir mais que improvável. Um azeite feito perto de Cantanhede, na Bairrada e que pede meças a alguns dos melhores azeites deste rectângulo. Fico sempre a pensar que a noção de terroir não se aplica ao axeite da mesma forma que se aplica ao vinho.

    Já agora e em jeito de remake, o polvo não levou sal. E na verdade não precisou (tinha lido algo sobre isso nas blolgosferas, do polvo não precisar de sal, mas pensei que eram devaneios, apenas devaneios).

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  3. Eu cheguei só agora e ia mesmo perguntar-te se mergulhaste o polvo as 3 vezes... mas já disseste que não.
    Desde que sigo estas operações que nunca mais tive polvo chiclete, embora me sinta sempre um pouco ridícula, ali, de garfo na mão a dar banhocas ferventes ao bicho.
    Adorei a foto (até dei uma cabeçada no monitor, só para ver bem as ventosas repletas de azeite... lol!)e a tua mosdesta frase de «as ventosas no sítio»...
    O sitio certo para aqueles pedaços eram mesmo a minha boca, lol...
    Beijinhos.

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