Há uma coisa que me faz alguma confusão e que tem a ver com a falta de oferta de vinhos bons e baratos nos super e hipermercados. Aliás, destes doze brancos, só o primeiro foi comprado no supermercado; todos os outros foram comprados em Garrafeiras, mas isso será tema para outra abordagem...
Escolhi vinhos com preços a rondar os cinco euros das colheitas disponíveis (entre 2015 e 2017) e fui provando calmamente, sem tirar notas (o que até é um exercício de memória interessante, já que alguns destes vinhos foram provados há mais de um mês). A ordem é arbitrária.
- Prova Régia - É um clássico de Bucelas, um Arinto competente. Se o 2015 merecia que se guardasse algum tempo (agora deve estar em boa forma), o 2016 bebia-se bem em novo. Este 2017 está porreiro, mas espere-se um par de meses (ou não). Um valor mais que seguro, tendo em conta o preço (PVP recomendado de € 3,49);
- Portal do Fidalgo - Um Alvarinho da PROVAM, fácil de beber e de gostar. Recomendo. Este 2016 está em boa forma;
- Montes Ermos Reserva - Da Adega de Freixo de Espada à Cinta, é um branco que pede comida e que tem uma relação qualidade/preço excelente (custa menos de quatro euros). Também de 2016, experimente-se este vinho do Douro Superior com um mix de carnes na grelha;
- Casa da Passarela, a Descoberta - O branco de 2016 de entrada de gama, feito pelo Paulo Nunes para beber sem complicações. Equilibrado, cai bem a solo ou com peixes e mariscos sem grandes pirotecnias culinárias. Um Dão bem fixe;
- Quinta do Cardo Síria - A Beira interior começa a impor os seus vinhos e este 2016 é um bom exemplo disso. A Síria (o Roupeiro do Alentejo) dá-se bem em altitude e o vinho é fresco e com boa acidez. Tem boa aptidão gastronómica. Boa escolha;
- Filipa Pato - Feito com Bical e Arinto na colheita de 2016, expressa o carácter dos brancos da Bairrada e fá-lo com elegância. Muito equilibrado, bebe-se bem, mas é capaz de estar melhor daqui a um par de anos. É comprar, beber e guardar;
- Paulo Laureano - Um Antão Vaz de 2017 fresco e vibrante, uma bela surpresa.
- Titular - Vinho de entrada da gama Caminhos cruzados, tem mão de Manuel Vieira. Sendo de 2015, está feito e no ponto para ser bebido. Porreiro para uma conversa ou para a mesa. Encruzado, Malvasia Fina e Bical a compor um vinho muito equilibrado;
- Dão Niepoort Rótulo - Feito em 2015 com Borrado das Moscas (Bical), Rabo de Ovelha, Cercial e outras castas, é um vinho elegante e com tudo no sítio, que se bebe muito bem;
- Maias - Este branco de 2016 do Luís Lourenço é outro vinho de entrada (tal como o Roques) que cativa pelo equilíbrio e pela boa relação qualidade/preço. Para beber descontraidamente;
- Montes Ermos Códega do Larinho - Este Varietal de 2015, também da Cooperativa de Freixo de Espada à Cinta, no Douro Superior, é um vinho feito para a mesa, a pedir um bom peixe no forno. Muito porreiro;
- Quinta de San Joanne Terroir Mineral - Este vinho do João Pedro Araújo merece que se esperem uns anos para o beber (uns dez...) para mostrar o que vale. Ainda assim, em novo, é muito bom e este 2016 está em grande forma. Feito perto de Amarante, é a prova de que os vinhos da região dos Vinhos Verdes podem aguentar anos em garrafa.
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