Foram quatro meses de pausa aqui no Blog.
Tempo para pensar se vale e pena continuar a ser blogueta/enochato e mandar umas postas sobre vinhos que vou provando ou se deixo isso para os profissionais.
Recentemente, o "chamado" guru dos vinhos portugueses, aka João Paulo Martins, voltou a malhar (ou marrar) nas pessoas que escrevem sobre vinhos (entrevista aqui). Como não compro o seu (dele) Guia de Vinhos há cerca de dez anos nem o conheço pessoalmente, não liguei muito.
Com estas recentes alterações das Revistas mais vendidas, não se ganhou grande coisa e nem o Fugas ou a revista do Espesso trazem muito de novo.
Aliás, muitas vezes dou comigo a falar com o meu Pai sobre temas relacionados com vinho e as coisas de que ele fala já foram repetidas à exaustão há uns anos atrás, o que bem revela a falta de assunto no que aos vinhos concerne (salvo algumas excepções, naturalmente).
O povo quer é muito e barato, de preferência tinto do Além-Tejo, daqueles que o Tio Belmiro e o sr. Soares dos Santos vendem ao (aparente) preço da uva mijona, bem gulosos e com teores de álcool a rondar os 15º e que o povo bebe em maus copos e à temperatura ambiente, ou, dito de outro modo, bebem uma sopinha de álcool...
Dito isto e com #vinhosdosamigalhaços retomo a demanda de falar de vinhos que muito pouca gente bebe, embora estes três sejam baratos, fáceis de encontrar e podem ser esquecidos e bebidos daqui a dez anos. São obrigatórios para o enochato ter na garrafeira e passam ao lado dos bebedores que compram o puro do lavrador para beber no ano ou vão às pseudo promoções da moderna distribuição a pensar que compram lebre por gato quando na verdade estão a comprar gato por lebre...
No alinhamento, temos o Quinta das Bágeiras branco 2016. Produzido pelo Mário Sérgio Alves Nuno, custa cerca de cinco euros e é um vinho fora de moda, até para apreciadores de vinhos brancos, mas dá um gozo do caraças à mesa, com uma feijoada de samos e línguas de bacalhau, por exemplo. Guardem-se umas garrafas durante uns quatro ou cinco anos e o vinho cresce e pede um bacalhau no forno ou até um frango igualmente forneado (e daqui a uns vinte anos, estará de "estalo"). Grande vinho da Bairrada! A seguir, temos o Quinta dos Roques branco 2015. Feito pelo Luís Lourenço, é um clássico do Dão que não ganha concursos (fica logo afastado do disparate de ser o melhor vinho do mundo), mas que sabe bem a solo ou a acompanhar comida. Afinfe-se-lhe com um arroz de polvo em modos e ele lá estará para mostrar o que vale. Está no Supercor do ECI a uns modestos três euros e setenta e cinco centimos, por isso é para comprar às caixas e ir desfrutando dele nos próximos vinte anos. Por fim, o Marquês de Marialva Arinto Reserva 2016. Feito pelo Osvaldo Amado na Adega de Cantanhede, é o mais consensual. Passa por madeira (em parte), está no Jumbo a cinco euros e bebe-se com qualquer coisa. Acredito que vá evoluir bem em garrafa, mas nesta fase acompanha bem um pregado no forno. Futuramente, veremos como evolui.
Ainda bem que voltou.
ResponderEliminarReceava que mais um blog tinha sido deixado ao abandono.
Tenho imenso gosto em ler o seu blog.
Obrigado.
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