domingo, 10 de maio de 2015

Gouvyas 2006




 
João Roseira e Luís Soares Duarte lançaram em 1996 o primeiro Gouvyas (apesar de só terem constituído a empresa em 1998), de que dei nota aqui. João Roseira é a cara da Quinta do Infantado, Luís Soares Duarte um dos mais brilhantes enólogos portugueses e o projeto Bago de Touriga vai sendo seguido atentamente como um filão de grandes vinhos do Douro.
Depois de 2002, o ano maldito que apesar de tudo deu grandes vinhos, 2006 conseguiu ser ainda pior e a maior parte dos produtores não lançaram para o mercado os vinhos de topo. Contudo, na Bago de Touriga, selecionaram uvas de vinhas velhas, Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz do Vale de Mendiz e de Foz Côa e fizeram 5.026 garrafas numeradas do Gouvyas.
 

 
João Paulo Martins, provavelmente o melhor critico de vinhos em Portugal provou o vinho em 2010 e deu-lhe 15,5 pontos, referindo que não iria ser um vinho grandioso (in GVP 2011). E enganou-se... Passados nove anos, o vinho está terroso, cheio de notas de boa fruta, balsâmico e dá enorme prazer a beber. Para mim, é o terceiro vinho tinto de 2006 que surpreende pela positiva (os outros foram o Quinta do Vale de Dona Maria e o Redoma). Belo vinho, um dos melhores que provei nos últimos tempos, a mostrar que a inquietude do João Roseira e a sabedoria do Luís Soares Duarte metem lanças em África...
 
 
Acompanhei este vinho com uma peça de entrecosto de porco comprado em Carrazedo de Montenegro que ficou a marinar em vinha de alhos de um dia para o outro e que foi ao forno a assar com batatas e foi acompanhado de uma salada de tomate e cebola, temperada com flor de sal, azeite e vinagre de Murça a que juntei umas poucas de azeitonas pretas.
 

 
Para sobremesa, Toucinho do Céu de Murça e nos pós prandiais, outro vinho do João Roseira e Luís Soares Duarte, com a mão da Fátima Ribas, o Quinta do Infantado LBV 2009. É um LBV não filtrado, o que lhe garante boa evolução em garrafa. Roxo, fresco, jovem, é um dos melhores LBVs que temos. Excelente para beber já a acompanhar queijos, "puros" ou uma boa conversa ou para guardar e ir abrindo para ver a evolução.

 

1 comentário:

  1. Até fiquei com vontade de experimentar esse Gouvyas 2006, apesar de ele estar acima do limite do que eu pago por uma garrafa de vinho...

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