domingo, 27 de setembro de 2015

Reguengos Garrafeira dos Sócios 2011 | Lombinho de Vitela



 
Um clássico alentejano que tem passado ao lado aqui no blog. Teve a sua primeira edição em 1982 e desde então foi consolidando o seu lugar como um dos vinhos de referência da região.

 
Nesta edição, foi feito com 40% de Alicante Bouschet, 30% de Trincadeira e outro tanto de Touriga Nacional, está muito novo, quatro anos após a vindima, a denotar que daqui a uns cinco a seis anos estará no seu auge, mas já se bebe com evidente prazer.
 
Surge com elegantes notas da madeira do estágio (tosta e leve baunilha), outras balsâmicas, notas especiadas e alguma fruta fresca (nada de compotas docinhas). Está com os taninos domados e apesar dos robustos 14,5º de álcool, basta ter algum cuidado em não o servir quente para ele se mostrar. Aliás, recomenda-se que seja servido entre os 16 a 18º C.
Servi o vinho a cerca de 15º C num bom copo e pareceu-me bem. Tem um PVP recomendado de € 17,99, mais que justo face à qualidade do vinho e à sua expectável evolução. Notável o trabalho do Enólogo Rui Veladas. A combinação das castas é muito bem feita, sem que nenhuma sobressaia, dando ao vinho um equilíbrio notável.
 
Para mariadar o vinho, escolhi um prato do norte. Lombinho de vitela de Vimioso com crocante de presunto, molho de espumante e vinagre de vinho do porto, batatas a murro e salada de favas.

 
As batatas, pequenas e novas, foram a assar na cloche com um pouco de sal, durante meia hora e depois levaram o chamado murro e foram servidas com azeite do bom (o Romeu) e alho picado.
 
As favas foram fervidas depois de serem apanhadas e foram congeladas. Deixei-as descongelar e tirei-lhes a casca. Laminei meia cebola, juntei-a às favas e temperei com flor de sal, umas gotas de vinagre branco Oliveira Ramos e azeite Romeu. Adicionei um pouco de salsa picada e folhas de alho e envolvi tudo até ficar quase uma pasta.
 
Já o naco de lombinho de vitela foi feito assim:
 
Deitei um fio de azeite numa frigideira e quando este estava bem quente, adicionei duas finas fatias de bom presunto. Logo que o presunto ficou crocante (depois de o virar duas ou três vezes) reservei-o, adicionei mais um pouco de azeite e selei o lombinho por todos os lados, e temperei-o com pouco sal e mistura de pimentas. Ficou cerca de dois minutos na frigideira, tempo suficiente para dourar por fora e ficar bem rosado por dentro, mas sem deitar sangue.
Retirei o lombinho da frigideira, adicionei um dente de alho esmagado e picado e deixei o alho aromatizar o molho, mas sem o deixar queimar. Refresquei o molho com um pouco de espumante e umas gotas de vinagre de vinho do Porto. Deixei o molho reduzir um pouco, empratei e servi.
 
 

 
Bela ligação :)

(Vinho enviado pelo Produtor)
 

sábado, 26 de setembro de 2015

Morgado de Santa Catherina Reserva 2011


 
2011 foi um grande ano de vinhos. Não será de estranhar que este Arinto de Bucelas, um clássico da região, esteja agora, quatro anos depois da colheita, em grande forma, desafiando quase tudo o que se fez nesse ano. Embora tenha anos de vida pela frente, já tem alguma evolução e começa a mostrar-se. Madeira bem integrada, corpo e volume muito bem conjugados com notas de fruta vária, é um vinho que dá muito prazer a beber, de preferência com boa comida a acompanhar, como uma bacalhauzada no forno. Custa menos de dez euros e ainda se encontra à venda. Para comprar, provar e já agora, guardar. Belo vinho.
 

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Ribeiro Santo Encruzado 2014 | Lombo de bacalhau confitado, batatas a murro e salada de época...




 
Carlos Lucas não sabe fazer maus vinhos. Parece que tudo em que toca sai bem. Pode-se dizer que os seus vinhos podiam ser menos diretos, menos óbvios, mas da qualidade, ninguém se pode queixar.
É o caso deste Encruzado.
Não deslumbra (se calhar daqui a meia dúzia de anos a conversa será outra), mas tem um preço cordato (pouco acima dos cinco euros) e tem tudo o que se espera de um Encruzado do Dão: boa acidez, frescura, alguma mineralidade aliados a um bouquet interessante, com notas muito ligeiras da madeira e um bom volume de boca.
 
 
 
Acompanhou galhardamente um lombo de bacalhau confitado em azeite, com umas finas tiras de pimento vermelho, alho picado, pimenta preta e um pouco de pimenta de caiena, acompanhado de batatas novas assadas com pele, abertas e regadas com o molho e uma bela salada.
 
A salada foi feita com tomates cereja, de rama e coração da horta do meu pai, sem passarem pelo frio (quanto a isso, deixo o linque para o blog do Luís que melhor explica), pepino e cebola, temperados com flor de sal, vinagre e azeite de Murça (de que deixei nota aqui). Deixa-se tudo a ganhar gosto numa saladeira durante meia horita, mexendo de dez em dez minutos e antes de servir, junta-se alface e envolve-se.