segunda-feira, 22 de junho de 2015

Dona Paterna Alvarinho Espumante Bruto 2012




 
Quando comecei a pensar que estava a começar a perceber ou a saber algumas coisas do mundo do vinho, lia guias, revistas e comprava muita coisa, sem imaginar a volta que este mundo deu neste país.
 
Há quinze anos, bons brancos eram poucos e o Alvarinho Dona Paterna era um dos meus clássicos, ao lado do Pera Manca (que não compro há anos), do Tapada de Coelheiros Chardonnay que também não provo há anos e outros (poucos).
 
Redescobrir o Dona Paterna, de Carlos Codesso, ainda por cima na versão bolhinhas, foi uma bela experiencia.
 
É fresco, elegante, com boa acidez, bebe-se muito bem a solo e desafia a vontade de o meter a acompanhar comida :) 
 

Adega de Borba Premium 2009 | Jardineira de Galo



 
Trincadeira, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon compõem este clássico da Adega de Borba. Estagia um ano em madeira de carvalho nova e outro tanto em garrafa. Quando sai para o mercado, aparece pujante, cheio de boas notas de fruta (sem compotas), com a madeira domada e é um confort wine. Com um preço a rondar os seis euros, é uma boa escolha e bebe-se com muito prazer.
 
E se em vez do 2013 abrirmos o 2009? Ganhamos alguma complexidade aromática, taninos de veludo e uma bela aptidão gastronómica para acompanhar uns nacos de galo de capoeira bem estufados e envoltos no que se chama jardineira... Batatas, cenouras, ervilhas e um molho bom. Confort food, digo eu...
 
 
 

 
Todo o mercado anda a pedir para bebermos os vinhos em novos. Comprem algumas garrafas de bons brancos ou tintos, guardem-nas uns anos e desfrutem. Vale a pena.
 

domingo, 21 de junho de 2015

Marquês de Borba Branco 2014



 
A marca Marquês de Borba é o porta estandarte do Eng. João Portugal Ramos no Alentejo, com os colheitas branco e tinto a rondarem os cinco euros e o reserva tinto a rondar os trinta euros e a ser considerado um dos melhores tintos do Alentejo.
Este branco de 2014, feito com Arinto, Antão Vaz e Viognier é cativante, parecendo ainda mais afinado do que em colheitas anteriores. Bebe-se muito bem sozinho, a acompanhar uma boa conversa ou uns petiscos, mas não vira as costas a pratos mais elaborados.
Como é um vinho que se encontra em toda a parte, é uma aposta mais que segura para beber no restaurante (desde que não peçam mais do que uns nove euros pela garrafa) ou em casa, com amigos. Continua a ser uma das melhores escolhas ao preço e este 2014, como referi, parece ainda melhor :)
 
 
(vinho enviado pelo produtor)
 

Pardusco Escolha 2012 ! Feijoada de Samos e Linguas de Bacalhau



 
Anselmo Mendes é um dos mais reputados criadores de vinho em Portugal e é muito pelos seus fantásticos Alvarinhos que é conhecido e reconhecido.
Este Pardusco é um vinho diferente, um tinto de cor aberta, quase um clarete, feito com Vinhão, Alvarelhão, Caínho, Borraçal e Pedral, castas tintas autóctones do Minho e que Anselmo Mendes usa para fazer um vinho que cativa na mesa, perfeito para umas sardinhas assadas, que liga muito bem com muitos pratos, como o bacalhau da consoada, de que tinha deixado nota aqui, ou ainda pratos da  tradição minhota, como uns rojões.    

 
Por mim, afinfei-lhe com uma feijoada de samos e línguas de bacalhau e ele acompanhou-a lindamente. Belo vinho a um preço muito apelativo (cerca de sete euros).
 

Vila Santa Reserva 2011 | Pulpo con Garbanzos



 
Vila Santa Reserva Branco é o vinho branco de topo do Eng. João Portugal Ramos no Alentejo. Tem um PVP de referência logo abaixo dos dez euros e sai para o mercado (garrafeiras, grande distribuição e restaurantes) mais ou menos um ano e meio após a colheita (agora temos o 2013).
 
É feito com Alvarinho, Arinto e Sauvignon Blanc, castas "estranhas" a Estremoz e isso faz toda a diferença, já que o vinho tem uns contidos 13,5º de álcool, boa acidez e frescura. O estágio do lote é feito em madeira e inox antes de ser engarrafado. Quase quatro anos após a colheita, o vinho cresceu, evoluiu bem e está mais complexo no nariz, sem ter perdido a acidez e a frescura.
 
Está num belo momento de prova e mais do que pronto para acompanhar um polvo da ria de Vigo, cozido a preceito e depois preparado mais ou menos como descrevi aqui, com a diferença de ter tido um arrozinho a acompanhar. Nada de thais jasmines e quejandos, apenas um bom carolino (Pato Real) cozido durante doze minutos em água (duas vezes e meia o volume do arroz) temperada com sal a que no fim juntei um pouco de manteiga. O arroz fica cremoso, quase a lembrar um risoto. Tem é que se ter algum cuidado com o tempo da cozedura e do serviço. 

 

terça-feira, 9 de junho de 2015

Quinta da Murta Clássico 2012




 
Já referi aqui no blog a minha esperança de que um dia a região de Bucelas possa fazer vinhos de classe mundial. Na verdade, sendo Portugal um país de tintos, os brancos podem fazer toda a diferença.
 
Bucelas é o terroir natural do Arinto e o Hugo Mendes "herdou" o legado de Nuno Cancela de Abreu na Quinta da Murta. Do Myrtus 2008 que referi aqui a este "clássico" 2012, muita coisa mudou. Passa-se do longo estágio em madeira para madeira de estágio que se nota e se deixa de notar, mas dá longevidade ao vinho, dá-lhe complexidade, sem o marcar.

 
O vinho aparece austero no nariz e na boca, seco, a pedir cave e a sugerir que só devia ser lançado para o mercado daqui a uns dois ou três anos.
 
Ainda assim, dá boa prova.
Austero e com estrutura de ferro, precisa de tempo para se mostrar. Um grande vinho...