sábado, 30 de janeiro de 2010

Arroz de Porco no Forno | Pedra Cancela Reserva 2006

Depois da experiência do cozido de pernil postado abaixo e de um Herdade do Esporão Touriga Nacional uns furos abaixo do esperado, resolvi fazer uma harmonização com um vinho que seguramente estaria em muito boa forma e que, não sendo um Touriga Nacional extreme, é por ela pontuado... Ah, e com a elegância que caracteriza os vinhos do Dão. O Pedra Cancela Reserva 2006.
Assim, tinha reservado o resto do pernil cozido e o respectivo caldo onde cozeu e resolvi fazer um arroz de forno.
Retirei a pele e os ossos e parti a carne em pedaços pequenos. Levei ao lume com o caldo da cozedura. Juntei arroz carolino e quando este estava meio cozido, desliguei o lume. Optei por não fazer o tradicional refogado e a quantidade de caldo era bem superior ao tradicional triplo do volume em relação ao volume de arroz. Peguei no pote de barro e deitei o arroz e a carne. Juntei caldo até aproximadamente um centímetro do limite superior do arroz e levei ao forno a 200º C. Ficou uns dez minutos a alourar, findos os quais retirei o arroz do forno e servi imediatamente.


O arroz fica crocante por cima e muito macio e suculento logo sob a base. Com a inércia térmica do recipiente de barro, durante o tempo de forno, o arroz retoma a temperatura e pouco mais coze. Claro que se ficar mais tempo, empapa todo.


Como disse acima, escolhi o Pedra Cancela Reserva 2006. Feito em Oliveira de Barreiros, perto de Viseu. Vinhas de João Coelho Gouveia, superiormente tratadas pela mão do João Paulo Gouveia, seu filho e Grão Mestre da Confraria dos Vinhos do Dão. É feito com Touriga Nacional, Aragonêz e Alfrocheiro. É um vinho que pela quantidade produzida, é quase todo absorvido pelo mercado Regional (deste reserva foram feitas 9.600 garrafas numeradas; a que abri tinha o nº 5.248). Já provei este vinho algumas vezes e o que refiro aqui é válido. Um belo vinho...

Empadão de Carne | Quinta da Bacalhôa 2006

Empadão de carne... Feito com vitela picada ligeiramente estufada em cebola, alho, azeite e um pouco de polpa de tomate que se tempera com sal e pimenta. Um prato excelente para fazer de raíz mas também para aproveitar sobras de carnes assadas. Com um puré feito com batata cozida, um pouco de manteiga e leite temperado com um pouco de noz moscada. Uma camada de puré, uma camada de carne e outra camada de puré. Pode-se pincelar com um pouco de manteiga derretida ou gema de ovo... Vai ao forno a harmonizar sabores e gratinar a parte de cima.


Um empadão para um tete à tete com um vinho que não provava há bastante tempo, o Quinta da Bacalhôa 2006. Feito pela Bacalhôa Vinhos de Portugal SA em Azeitão, a partir de uvas da Quinta (informação do rótulo e no mínimo estranha porque se o vinho se chama Quinta da Bacalhôa presume-se que seja feito na Quinta e naturalmente, com uvas da Quinta, mas se nos alertam alguma razão terão). Cabernet Sauvignon e um toque de Merlot. Três semanas em cuba e onze meses em madeira nova de carvalho francês. Pareceu-me muito marcado pela madeira, com a fruta algo escondida. Final interessante. É um daqueles vinhos que deslumbram mais na prateleira do supermercado que no copo. PVP: cerca de € 16,00. Nota pessoal: 16.




quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Cozido de Pernil de Porco Fumado | Herdade do Esporão Touriga Nacional 2005

Um simples e singelo cozido... Coze-se um pernil de porco em água (pode ser demolhado previamente porque em geral têm sal a mais) e quando está macio juntar os legumes que se quiser que cozem na água de cozer o pernil.  Cozi batata, cenoura, nabo e couve flor. Servir assim, ou com um fio bom de azeite, ou finalizar o pernil no forno para dourar a pele, ou servir a carne sobre uma fatia de pão seco bem regado com o caldo da cozedura...



Este cozido foi feito para provar um monocasta de Touriga Nacional da Herdade do Esporão de 2005. Com uvas do talhão T06 da Vinha das Palmeiras vindimadas a vinte de Setembro de 2005. Fermentou em pequenos lagares com pisa a pá e em cubas roto fermentativas. Estagiou seis meses em carvalho francês. Foram feitas 23.333 garrafas. O enólogo é David Baverstock.
Os varietais do Esporão cativam pela forma como mostram o comportamento das diferentes castas em cada ano. Assim, Trincadeira, Aragonês, Alicante Bouschet, Syrah e Touriga Nacional nos tintos e Verdelho nos brancos vão saindo para o mercado. Já tinha provado o Touriga Nacional de 2004 e tinha gostado bastante. Este 2005 apareceu com (demasiado) depósito na garrafa e foi cuidadosamente decantado. Surgiu com aromas de fruta muito madura que abriram para tawny. Na boca apresentou-se muito guloso e algo evoluido, apesar da bela cor ruby. Madeira bem integrada, o lado floral da Touriga ausente. Um vinho que já deve ter dado melhor prova e que ao preço (cerca de € 13,00) se revela um flop. Seria da garrafa? Da guarda? (a rolha estava perfeita). Nota pessoal: 15,5.


quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Café Central - Carragozela, Seia ou Notas de um Jantar, by Gus



(notas de um jantar nas fraldas da Serra da Estrela)

"O Café Central, Adega Restaurante privilegia o serviço a grupos iguais ou superiores a 10 pessoas, porquanto reserva as suas duas salas típicas totalmente e durante toda a noite para apenas um ou dois grupos (as salas ficam independentes quando existem dois grupos). Os jantares podem iniciar a partir das 20:00 e terminar junto das 2:00 da madrugada, acompanhados por muita comida, bebida e animação.

Não existe ementa fixa. Os nossos Clientes podem solicitar aquilo que lhes apetecer... desde que, naturalmente, estejamos a falar de gastronomia tradicional portuguesa. Imagine por isso que lhe apetece Cabrito Assado em Forno a Lenha. Encontre um grupo de pessoas suficientes para comer pelo menos um cabrito e, telefone. Não servimos à dose... enquanto houver cabrito, existe jantar!"

Eu confirmo....
Este jantar começou com um convite do António Henriques para ir jantar a Carragosela, Seia.
Tinha convidado um grupo de amigos (cerca de 10) ...
Ao fim da tarde, saí de Viseu e cheguei a Carragosela, Seia, por volta das 21,00 horas.
É uma aldeia simpática a cerca de 6 km de Seia, cujo acesso é feito pela Estrada da Beira que faz a ligação de Seia a Coimbra.
O Café Central fica situado no centro da aldeia e é composto por duas salas.
Na sala onde nos instalámos, iniciamos a prova do vinho da casa e de alguns queijos.
Há realmente uma preocupação central de servirem produtos biológicos e de produção caseira, quer quanto às carnes, quer no que respeita aos legumes e frutas.

Foram servidas as entradas compostas por:

Telha de queijos (de várias espécies) e azeitonas
Telha de enchidos à moda de Carragozela (chouriça, morcela e farinheira).

Posteriormente, foi servido o primeiro prato da noite composto por entrecosto cozido com grelos e chouriça, que estava absolutamente fenomenal. Não é necessária batata. O entrecosto cozido, a chouriça e os grelos (da horta anexa dos proprietários) estavam fabulosos.

Foi depois servido o 2º prato da noite - uma cabidela de galinha do campo - (designação da beira alta) ou o chamado arroz de pica no chão (designação minhota) - que estava muito saborosa, sem excessos de vinagre nem de sangue.
Para sobremesa, foi servida macã bravo de esmolfe assada, que estava absolutamente deliciosa...

O vinho servido foi da região: tinto, Quinta da Espinhosa, Reserva de 2006, que, sem deslumbrar, acompanhou de forma serena toda a refeição.

Enfim, é realmente um espaço a visitar, sendo o ideal para marcações de jantares para grupos, pois tem uma sala exclusiva onde, no final da refeição, se poderá brincar um pouco, ou simplesmente ficar a conversar com os amigos.

Os anfitriões são simpáticos, o ambiente é familiar e temos uma boa cozinha tradicional da Beira Alta...



terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Pataniscas de Bacalhau com Arroz de Pimentos | Redoma Branco 2008

De vez em quando vão aparecendo Pataniscas de Bacalhau por aqui. Não resisto a deixar o link para a boa preparação das pataniscas, conforme explicado pelo Luís, no seu blogue Comidas Caseiras. Estas foram feitas seguindo os preceitos... Ficaram excelentes, com um arroz de pimentos vermelhos e a acompanhar um vinho branco do Douro, o Redoma 2008.


Um vinho de Dirk Niepoort. Feito com uvas de vinhas velhas situadas entre os 400 e os 700 metros de altitude na margem direita do rio Douro. Tem Rabigato, Códega do Larinho, Donzelinho, Viosinho e Arinto. Fermentou e estagiou 9 Meses em barricas de carvalho francês. Muito fresco e mineral, com bom volume de boca e madeira bem integrada. PVP: € 13,50. Nota pessoal: 16,5.



domingo, 24 de janeiro de 2010

Cachaço de Porco no Forno | Quinta do Vale Dona Maria 2006

Uma simples peça de cachaço de porco. Foi ao forno juntamente com azeite, vinagre de vinho branco, alho esmagado, pimenta preta e sal. E umas batatas pequenas descascadas... É ir virando até a carne estar assada. Simples e delicioso... Para food-pairing de um Quinta do Vale Dona Maria.



O Quinta do Vale Dona Maria 2006 é um vinho notável de Cristiano Van Zeller. Feito com Tinta Amarela, Rufete, Tinta Barroca, Tinta Roriz, Touriga Francesa, Touriga Nacional e Sousão. Foi engarrafado em Julho de 2008 depois de ter estagiado em madeira. Austero, atlético, delicado e rigoroso são atributos que Rui Falcão lhe atribui. Apenas dez anos após a primeira colheita (1996), este é um dos vinhos de referência do Douro. Madeira muito elegante, taninos vigorosos. Dá muito prazer a beber. PVP: cerca de € 30. Nota pessoal: 17,5.



sábado, 23 de janeiro de 2010

Lampreia à Moda do Minho | Aguião Vinhão 2008

  • 1,5 kg de lampreia
  • 2 dl de vinho maduro tinto
  • 2 dl de vinho verde tinto
  • 50 g de presunto
  • 1,5 dl de azeite
  • 1 cebola grande
  • 1 dente de alho
  • 1 ramo de cheiros (salsa, louro)
  • 1 colher de sobremesa de farinha
  • sal e pimenta
  • salsa picada
  • pão torrado
Depois de arranjada, dispõe-se a lampreia em postas com o sangue e os vinhos e tempera-se com sal e pimenta, o ramo de cheiros e o alho. Deixa-se a marinar... Pica-se a cebola para um tacho e aloura-se no azeite; juntam-se as postas de lampreia escorridas e o presunto e deixa-se refogar por dez minutos. Rega-se com a marinada, onde previamente se desfez a farinha e coze-se em lume brando durante vinte minutos. Quando a lampreia estiver cozida, retira-se e deixa-se apurar o molho mais um bocado. Passa-se o molho por um passador para outro tacho, junta-se a lampreia e leva-se ao lume a aquecer. Serve-se polvilhada com salsa fresca e pão torrado. (transcrição livre da Cozinha Tradicional Portuguesa, de Maria de Lourdes Modesto)



A lampreia em qualquer das suas preparações é tudo menos consensual. Se há pessoas que se deslocam de propósito para a degustar há outras que não a conseguem comer sequer. Eu gosto, especialmente nesta versão à moda do Minho. E com um vinho da região dos vinhos verdes, o Aguião Vinhão 2008...
Um tinto violáceo a "pintar" o copo. Bons aromas de fruta e lagar, uns saudáveis 11º de álcool, bons taninos e um final curto, mas interessante. (daqui)


sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Coelho à Capitão - Mor | Duas Quintas Reserva 2003

O Coelho à Capitão-mor é uma preparação tradicional da Beira Alta. Corta-se um coelho em pedaços e deita-se num tacho com uma cebola grande em rodelas, três dentes de alho esmagados, três nabos cortados em quartos, uma folha de louro em pedaços e um ramo de salsa. Rega-se com 1,5 decilitros de azeite e outro tanto de vinagre (usei vinagre de vinho branco, mas desejavelmente a preparação será feita com bom vinhagre de vinho tinto, como o Moura Alves*)  e tempera-se com sal, pimenta e noz moscada. Tapa-se o tacho com uma folha de papel pardo e leva-se a cozer em lume muito brando.

* Está editado depois de ressalva do Chef Hélio Loureiro.


Para acompanhar esta deliciosa preparação escolhi um Duas Quintas Reserva de 2003. Um vinho da casa Ramos Pinto feito com uvas das castas Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Barroca provenientes da Quinta dos Bons Ares e da Quinta da Ervamoira. Situado, em termos de gama da casa, logo abaixo do Reserva Especial é um dos vinhos de referência do Douro. Este 2003 está enorme na concentração e na elegância. Um dos grandes vinhos do Douro. PVP: cerca de € 25,00. Nota pessoal: 18.


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Febras de Porco em Bechamel de Mostarda

Uma proposta simples, muito simples, a que o molho dá um aspecto bastante aceitável. Deixei febras da perna de porco a marinar em sumo de limão e alho. Cortei batatas de polpa amarela em palitos, lavei-as, passei-as por água com sal, sequei-as com um pano e fritei-as em óleo quente. Retirei da frigideira e sequei-as em papel absorvente. Fritei as febras e reservei. No óleo de fritar as febras, deitei a marinada de alho e limão, um pouco de whisky e mostarda; deixei harmonizar os sabores em lume brando, juntei um pouco de farinha de trigo, misturei muito bem e fui juntando leite até ter um bechamel macio, mas não liquido. Servi com uma salada de alface temperada com flor de sal, limão e azeite.



Este é daqueles pratos que vai muito bem com uma cerveja gelada, neste caso, uma Super Bock. Simples e saborosa...



quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Arroz de Cabidela de Galinha | Mouchão 2001

O arroz de cabidela é um prato delicioso e reconfortante. Quando se matar a galinha aproveitar o sangue que se reserva juntamente com vinho tinto (adicionar vinho numa quantidade identica à de sangue), para que o sangue não coagule. Num tacho deita-se azeite, cebola e alho e a galinha cortada em pedaços. Deixa-se alourar a galinha, tempera-se com louro, sal e pimenta, junta-se vinho branco e deixa-se estufar. Quando a galinha estiver macia, junta-se arroz carolino e água (mais ou menos o triplo do volume do arroz) e deixa-se cozer o arroz. Deita-se o sangue reservado, mexe-se e serve-se de seguida. Querendo, pode-se juntar um pouco de bom vinagre de vinho.



Acompanhei a cabidela com este clássico do Alentejo. O Mouchão 2001... Em inícios do século XIX, Thomas Reynolds emigra para o Alentejo para se dedicar ao negócio da cortiça. Mais tarde, o seu neto John Reynolds adquire uma propriedade de 900 hectares, a Herdade do Mouchão. Planta vinhas, as primeiras de Alicante Bouschet em Portugal e em 1901 é inaugurada a adega da herdade. Na década de cinquenta a área de vinha é aumentada e começam-se a engarrafar os vinhos. O Mouchão, feito com Alicante Bouschet e um pouco de Trincadeira é o ícone da casa e representa cerca de 30% da produção. É lançado para o mercado depois de um estágio de dois anos em madeira e mais dois anos em garrafa. Este 2001 foi ligeiramente refrescado e decantado. É um vinho complexo, especiado e este, com os mais de seis anos que leva de garrafa apresenta os taninos já domados. Um grande vinho com assinatura de Paulo Laureano. PVP: cerca de € 30. Nota pessoal: 17,5.



sábado, 16 de janeiro de 2010

Lombinhos de Porco com Alperces | Valle Pradinhos 2005

Mais uma forma simples e deliciosa de preparar uns lombinhos de porco. Cortei os lombinhos em fatias com cerca de 15 mm de espessura e hidratei alperces secos em vinho do Porto branco. No tacho de barro deitei um fundo de azeite, dois dentes de alho esmagados e cebola picada grosseiramente. Levei ao lume até a cebola ficar transparente e juntei os lombinhos. Temperei com sal e pimenta e deixei um bocado em lume brando. Juntei um pouco de polpa de tomate, os alperces e o Porto da marinada. Deixei estufar lentamente em lume brando. Acompanhei com um arroz de manteiga.

Este prato foi feito para acompanhar um Valle Pradinhos 2005... Quando se sai do Porto em direcção a Bragança pelo IP 4, imediatamente antes da saída de Macedo de Cavaleiros vemos à nossa direita o Casal de Valle Pradinhos. É neste terroir Transmontano que Maria Antónia Pinto de Azevedo Mascarenhas, bisneta do Industrial Portuense Manuel Pinto de Azevedo produz os seus vinhos, dando continuidade a uma tradição familiar que vem sendo acarinhada desde 1913 (do contra rotulo da garrafa). Este tinto é feito com Tinta Amarela, Cabernet Sauvignon e Touriga Nacional. A colheita de 2005 está agora no mercado (PVP: € 8,46). É um vinho retinto, algo austero nos aromas de frutos vermelhos e um toque vegetal. Mais pujante na boca, gordo e rústico (no bom sentido) e com os taninos ainda pouco domados. Tem uns cordatos 13º de álcool. Todo o vinho pede decanter e comida. Ao preço, é uma escolha segura, para beber já ou guardar (são mais que conhecidas as capacidades de guarda e evolução em garrafa deste clássico transmontano). Nota pessoal: 16,5.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Alheira de Caça | Herdade do Meio 2005

Uma alheira de caça que cedeu ao facilitismo de lhe fazer uma incisão longitudinal na pele e fritá-la em banha de porco e azeite. Com batatas cozidas com pele, descascadas e alouradas na gordura onde se preparou a alheira. Com grelos cozidos a acompanhar.



Com um Herdade do Meio 2005. Da Herdade do Meio vieram a partir da colheita de 2003 os vinhos Garrafeira, os Virtuus, os bi-varietais, os colheitas, etc... Todos muito bem apresentados e a gerar grandes expectativas. Na verdade, depois da colheita de 2005 desapareceram do mercado. Este colheita 2005 ainda está no mercado (€ 12,50). É um vinho interessante e equilibrado, mas ao preço fica longe de deslumbrar. Nota pessoal: 16.

Quinta da Viçosa 2003 Touriga/Merlot @ Big Bife

Já se tem falado por aqui de João Portugal Ramos, um dos grandes winemakers deste país. No seu portfólio de vinhos do Alentejo, este Quinta da Viçosa vem em termos de preço, logo abaixo do topo, o Marquês de Borba Reserva. É feito apenas nos bons anos, com uma casta nacional e uma estrangeira. Em 2003 foi feito com Touriga Nacional e Merlot. O PVP é de cerca de € 25,00 na garrafeira. É um vinho quente, profundo e complexo, com o Merlot a amparar bem o lado floral da Touriga. Acompanhou muito bem umas tripas à moda do porto @ Big Bife. Nota pessoal: 17,5.

Massada de Entrecosto | Quinta do Infantado 2007

Uma singela massada...
Azeite, cebola picada, alho e sal. Deixar a cebola ficar transparente e juntar entrecosto de porco em pedaços. Adicionar vinho branco e polpa de tomate e deixar estufar. Juntar pimenta branca, cravinhos, ervilhas e macarronete riscado. Deixar cozer a massa e servir.


Para acompanhar, este Quinta do Infantado 2007. Já provado algumas vezes, mas sempre com o seu "irmão" Reserva por perto. Já era tempo de o provar a solo... Feito na Quinta do Infantado, no terroir de Gontelho, com pisa a pé, estágio em cuba e dez meses em madeira. Foi engarrafado em Abril de 2009 e fizeram-se 20.500 garrafas numeradas (esta era a 7020) e 150 magnuns. Tinto retinto, violáceo com um belo equilibrio entre fruta e madeira. Os 14º de álcool estão bem amparados por um corpo firme e robusto. Bom final. Equilibrado e pujante, pede guarda, mas dá um grande prazer na prova. Por menos de 9 € tem uma relação qualidade/preço excelente. Nota pessoal: 17. Ah, e os selos da Medalha de Ouro no Concurso Mundial de Bruxelas 2009 ficam muito bem na garrafa.


sábado, 9 de janeiro de 2010

Vinhos Tintos de Topo do Alentejo, by RV



Há um mês e tal atrás, depois de ver a prova de vinhos tintos de topo do Douro que a Revista de Vinhos apresentou na sua edição de Novembro de 2009, resolvi fazer uma análise básica e que consistiu em escolher os vinhos mais baratos dentro de cada classificação atribuida pelo seu painel de Provadores (aqui).
Como na edição de Dezembro (e logo no número de comemoração dos 20 anos da Revista - Parabéns, e que venham mais vinte, e mais vinte, e mais vinte) foi feita uma nova prova, desta vez a vinhos tintos Alentejanos de topo, resolvi repetir a análise...

Foram provados 59 vinhos com preços entre os € 7,20 e os € 85,00 das colheitas de 2003 a 2007, a saber:

2007 - 21;
2006 - 21;
2005 - 10;
2004 - 6;
2003 - 1.

Esses vinhos obtiveram classificações entre os 15,5 e os 18 pontos, assim distribuidos:

18 - 5;
17,5 - 7;
17 - 20;
16,5 - 13;
16 - 12;
15,5 - 2

Para a minha escolha final, considerei um limite de preço de € 30,00 para os vinhos com 18 pontos e fui retirando € 5,00 por cada meio ponto a menos. Ficaram 21 vinhos na lista, como segue:


Assim, dentro dos limites de preço estabelecidos, consideram-se boas escolhas, os seguintes vinhos:
  • Dona Maria Reserva 2006
  • Herdade dos Grous Reserva 2007
  • Encostas de Extremoz Reserva 2007
  • Herdade das Servas Reserva 2006
  • Solar dos Lobos Grande Escolha 2007
  • Montes Claros Garrafeira 2005
  • Casa de Santa Vitória Reserva 2007
  • Herdade de São Miguel Reserva 2007
  • Herdade da Farizoa Reserva 2006
  • Lima Mayer 2007
  • Herdade do Peso Reserva 2005
  • Vinha do Almo Homenagem 2006
  • Monte da Ravasqueira Vinha das Romãs 2007
  • Grou Grey 2006
  • Tinto da Talha Grande Escolha 2007
  • Vila de Frades Reserva 2005
  • Herdade dos Machados Reserva 2006
  • Fonte Mouro Garrafeira 2003 (passa em € 0,60 o limite, mas pronto)
  • Monte Amarelo 2007
  • Mouras de Arraiolos Reserva 2006
  • Herdade Fonte Paredes Alicante Bouschet 2007.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Bolonhesa de Lumaconi | Ramos Pinto Collection 2005

Esta preparação foi feita a partir do Esparguete à Bolonhesa, mas aqui com lumaconi, ou caramujos (da Garofalo). No tacho, deitei um fundo de azeite, cebola picada e alho esmagado. Deixei alourar a cebola e juntei vitela picada e fui mexendo até a carne perder o tom avermelhado. Juntei sal, pimenta preta moída, um pouco de vinho branco, coentros picados e polpa de tomate. Deixei a estufar em lume brando. Entretanto cozi os lumaconi em água com sal e um pouco de manteiga. Quando estavam cozidos (doze minutos) recheei-os com a carne. Acompanhei com uma salada de alface.




O vinho escolhido foi o Ramos Pinto Collection 2005. Este vinho Duriense da Casa Ramos Pinto foi o primeiro de uma colecção que aparece todos os anos com rótulos diferentes e apoiados no património icónico da Casa. Este 2005, o "Beijo" foi feito por João Nicolau de Almeida com Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Barroca e saíram para o mercado 40.000 garrafas (a cerca de 16 euros). É um vinho envolvente, marcado pelos frutos vermelhos com notas florais. Madeira em bom plano, álcool (13,5 º) bem integrado e um bom final. Muito interessante e num bom momento para ser bebido. Nota pessoal: 16,5.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Quinta dos Carvalhais Encruzado 2008

O QUINTA DOS CARVALHAIS ENCRUZADO é um vinho branco varietal do Dão de excepcional qualidade, expoente máximo da elegância e riqueza da casta Encruzado. Herdeira de saberes antigos, Quinta dos Carvalhais alia a experiência à inovação para criar vinhos muito elegantes, com sabores de intensa delicadeza e personalidade única.
A casta Encruzado deu origem a um vinho de excelente corpo e acidez, conferindo-lhe um potencial de envelhecimento único. Com uma cor amarela citrina, o vinho revela um aroma sofisticado e subtil onde se distingue a fruta branca (maçã e pêra) e o exotismo dos frutos tropicais. Resultado do estágio em madeira, revelam-se, ainda, notas florais, em particular de baunilha. Na boca, surpreende com um final cremoso e elegante.
É um vinho intenso e apetecível, ideal para beber sozinho ou a acompanhar pratos de peixe e mariscos mais elaborados, saladas, carnes brancas, caça e criação, e alguns queijos. Deve servir-se entre 10º C-13º C, em copos largos de vinho branco.
Elaborado apenas com uvas seleccionadas da casta branca Encruzado, oriundas exclusivamente da Quinta dos Carvalhais, pertença da Sogrape na região do Dão.
As uvas, colhidas à mão no ponto ideal de maturação, foram totalmente desengaçadas e suavemente esmagadas em prensa pneumática. O mosto, decantado naturalmente, fermentou em barricas de carvalho francês de quatro diferentes tanoarias, sendo sujeito a suaves «batonnages» que lhe conferiram uma complexidade e maciez acrescidas.
Estagiou durante cerca de 6 meses nas barricas de carvalho francês novo onde decorreu a fermentação, após o que foi filtrado e engarrafado. Este vinho tem um grande potencial de envelhecimento em garrafa (5-10 anos), desde que esta seja mantida deitada, em local seco e fresco, ao abrigo da luz. (retirado da ficha técnica).

Mais um Encruzado do Dão. Depois do Quinta das Marias fermentado em Madeira e do Quinta dos Roques, o Encruzado dos Carvalhais. A ficha técnica diz quase tudo. Muito subtil e elegante, é um grande branco Português. PVP: € 13.


sábado, 2 de janeiro de 2010

Perna de Porco Assada em Cama de Maçãs e Carm Reserva 2007

A combinação de carne de porco com maçãs é bastante feliz. Desde o lombo de porco assado com puré de maçãs, passando pelo porco estufado com as ditas, etc, é todo um mundo de combinações.
Este naco de perna foi feito assim: Fiz uma cama de cebola roxa no tabuleiro de barro. Juntei a perna de porco, maçãs starking em pedaços, azeite, sal, polpa de tomate, whisky e mel. Levei ao forno a 170º C e fui virando a carne e envolvendo com o molho. Servi a carne sobre cama das maçãs. Como foi um jantar ligeiro não servi mais nada, mas uns grelos cozidos acompanham muito bem.




Esta perna estava no forno e eu procurei um vinho que por um lado me apetecesse provar e que por outro ligasse bem com a comida. Lembrei-me do CARM Reserva 2007. Um vinho de topo do Douro, da Casa Agrícola Reboredo Madeira, recentemente agraciado com 17 valores e um selo de "Boa Compra" da Revista de Vinhos, é proposto a € 9,45 (ECI de Gaia). Feito com uvas das vinhas de Almendra, tem Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca e Tinta Francisca. Estagiou 18 meses em madeira usada. Foi decantado duas horas antes de servir. Tem fruta, muita fruta vermelha bem madura. A madeira aparece muito bem integrada. Os 13,5º de álcool não incomodam. Um vinho muito guloso e que dá um grande prazer na prova. Muito bom vinho.


sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Espumante Vértice Super Reserva 2005

"O Vértice Super Reserva é um vinho Espumante de qualidade superior, elaborado segundo o Método Clássico a partir de uma rigorosa selecção de castas (Gouveio, Malvasia Fina, Rabigato, Viosinho, Touriga Franca e Códega), cultivadas num solo de eleição único no mundo: as encostas elevadas do Douro. É um espumante exclusivamente produzido em anos de vindima excepcional, beneficiando de um estágio adicional que lhe proporciona o desenvolvimento de aromas e sabores complexos e muito delicados."

Este foi o espumante escolhido para a passagem de ano. Em vez de um champagne. Com um vinho de base muito equilibrado, bolhinhas muito elegantes, boa acidez e corpo envolvente. Refrigerado e servido em copos de vinho branco (nada de flutes), prima pela elegância. Excelente para brindar, mas com aptidão gastronómica (a descobrir em breve) e um preço muito sensato (cerca de € 13,00). Belo espumante do Douro.


Quinta do Infantado Porto Vintage 2007

Gosto muito dos Portos da Quinta do Infantado. Pela qualidade, muito pelo preço e ainda mais porque o João Roseira e a Fátima Ribas gostam muito de os fazer. Este Vintage 2007 tem um preço que encanta (€ 19,90 no Jumbo) e foi a escolha para terminar a noite da passagem de Ano. A garrafa saltou do frigorífico... E agora, decanto, não decanto, sirvo com quê? Nestas coisas e para melhor aproveitar o vinho, mais vale falar com quem sabe. Um telefonema para o João Roseira que acabou num desafio... Deitar metade do vinho num decanter e deixar a outra metade na garrafa. Provar dos dois alternadamente em copo de prova de Portos do Arq. Siza e em copo de vinho tinto (usei uns da Schott). Harmonizar com queijos diferentes (neste caso, extreme de cabra da Quinta do Pontão, extreme de ovelha de Seia e extreme de vaca de São Jorge. 
Foi uma experiência fantástica... Fiquei com quatro vinhos, a saber:

1 - da garrafa em copo de porto
2 - da garrafa em copo de tinto
3 - do decanter em copo de porto
4 - do decanter em copo de tinto

para harmonizar com 3 queijos diferentes, ou seja um total de 12 combinações. Não se fizeram todas, mas gostei particularmente de duas: o vinho servido da garrafa para o copo de prova a harmonizar com o queijo de São Jorge (a mais radical) e o vinho servido do decanter para copo de vinho tinto a harmonizar com o queijo de cabra do Pontão (a mais gulosa). Pelo meio agradaram também as harmonizações com o queijo de ovelha. Uma bela forma de provar um grande Porto...