terça-feira, 30 de junho de 2009

Variações sobre um HamBurger



Para o Ham, pedi no talho para picarem vitela da vazia, temperei com um pouco de sal marinho e compus em bifes altos com cerca de 180 g. Grelhei com um fundo de manteiga.

Para o molho, deixei uma cebola a suar em manteiga, juntei orégãos secos, pimenta partida, pimento confitado em azeite com um toque de vinho do porto, um dente de alho esmagado e sumo de laranja; deixei em lume muito brando até o molho reduzir. Juntei natas, salsa picada e um pouco de vinagre balsamico; desliguei o lume e fui mexendo o molho.

Para o acompanhamento, umas simples batatas assadas com a casca e servidas a murro com um fio de azeite.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Quinta de Cabriz Encruzado 2008



Há três semanas atrás provei pela primeira vez o Encruzado 2008 da Qunta de Cabriz. Na altura achei o vinho muito fechado e dei-lhe uma classificação pessoal de 15,5. O vinho tinha-se apresentado algo confuso, longe do que eu esperaria, ainda mais, depois de ter provado em Dezembro passado a edição de 2007. Entretanto, fui vendo o vinho a ser notado com 16,5 (pelo Miguel) e obviamente quis voltar a provar. Refresquei a garrafa, decantei e servi; curiosamente (ou não) o vinho parecia outro. Apresentou-se bem no nariz, muito jovial e fresco na boca, com a madeira bem integrada, a demonstrar o potencial que já lhe tinha adivinhado. Reformulo a nota pessoal: 16. Parece-me que estará excelente para o Bacalhau da Consoada...

Sobre o Encruzado, ler mais aqui.

DSF - Moscatel Roxo Rosé 2008



Domingos Soares Franco, o brilhante enólogo da ilustre Casa José Maria da Fonseca tem um portfólio invejável na sua "Colecção Privada". Nos rosados, já tinha feito o Moscatel Roxo em 2007, muito bem recebido e o Malbec Clarete em 2008...

Este rosado Roxo de 2008 surpreende por ser uma bela bomba de fruta, ainda mais que o 2007; tem todos os atributos da casta, muita pujança, muita elegância... Tudo em grande equilíbrio. Nota pessoal: 16,8.

domingo, 28 de junho de 2009

4º Dado



Podia ser o primeiro (2000), o segundo (2001, o terceiro (2003) ou o quinto, já DODA, mas este é o quarto.

Fruto de ideias antigas (algumas quase se calhar, inconfessáveis), só no ano de 2000 é que Dirk Van Niepoort e Álvaro de Castro completam um sonho de Rolf Niepoort; um casamento do Douro (de vinhos de mesa) com o Dão (do tourigo quase omnipresente).

Dirk é um visionário no Douro; Álvaro é Mr. "Touriga Nacional". Das vinhas destes enormes produtores nasce o antigo sonho de Rolf, corporizado no dado, com um rótulo de vinho de mesa(?) e uvas das Quintas de Nápoles (Douro) e da Pellada (Dão).

Na edição de 2004 (o ultimo dado), o vinho ainda é uma circunspecta criança, de calções.

O vinho é absurdamente elegante no nariz, muito elegante na boca; elegância é mesmo a palavra que define este baluarte dos vinhos de mesa portugueses (lol). Se há mais Dirk ou Álvaro, nem sei, o vinho respira saúde e vontade de descansar em cave, mas a gostar desde já de se afirmar como um dos grandes tintos portugueses (nota pessoal:18). Mais informação aqui.

Chili de Azuki Para Tirar Teimas

Já tinha dito num post abaixo que o feijão azuki, "rulles" na Blogosfera; na sequência desse post (está abaixo), a Isabel diz que fez um "chili com carne" (deve ser o equivalente Mexicano ao nosso cozido) e usou esse feijão... Resultado, o seu "provador oficial", desdenha o feijão e refere que o nosso tuga feijão vermelho é mais saboroso. Então a Isabel sugere que faça o meu "chili com carne" e que use o feijão azuki... ah, e já agora, falar do feijão. Nada mais simples...



Deitei um fundo de bom azeite num tacho, juntei cebolinhas novas quase picadas e deixei em lume brando até a cebola estar transparente; juntei vitela picada (pedi no talho para picarem um pouco duma peça do cachaço), polpa de tomate, um pouco de whisky, malagueta cortada fina (sem sementes) e deixei a estufar. Adicionei pimenta preta moída, cominhos e um pouco de pimentão doce seco em pó. Juntei o feijão azuki, envolvi tudo e deitei num tabuleiro; levei ao forno pré-aquecido a 170º C para acabar de cozer e harmonizar sabores.




Em conclusão, dou razão ao "provador oficial" (filho) da Isabel...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Terra d' Alter Branco 2008

Mais um branco de 2008; o Terras d' Alter é um alentejano bem feito, com fruta aos molhos, que se bebe sem necessitar de pensar muito. Uma proposta interessante e barata (€ 3,50) para o quotidiano. Nota pessoal: 15.



Mais informação e prova mais detalhada no blogue dos manos Carvalho.

bye, mike... bye farrah





see you one of these days...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Azuki e Mirandesa em Paz

Confesso que há alturas em que podia saber bem ir fazendo uns post's descomprometidos (e sem títulos estranhos)... Mas com feijão azuki, vitela mirandesa e vinha paz reserva 2003 é complicado.

O feijão azuki rules na blogosfera, é bom e recomenda-se, mas não nos cura dos males do mundo. É um feijão e pronto (mas bom).

Deixei o azuki em água "de um dia para o outro", deitei-o num tacho com o triplo do seu (dele) volume em água, juntei sal, louro (pouco) e deixei a cozer.

Entretanto, fiz uma pasta com alho, sal, pimenta branca e um pouco de vinho branco e envolvi um naco de vitela com essa pasta; embrulhei em folha de alumínio e levei ao forno pré aquecido a 190º C. Deixei no forno durante uma hora, abri o invólucro e deixei alourar.

Quando o feijão se afigurava cozido, desliguei o lume e reservei. Num tacho, deitei uma alheira em pedaços, um pouco da água de cozer o feijão e deixei desfazer a alheira; juntei o feijão e deixei em lume brando a harmonizar sabores.

Servi com o feijão em "calda" de alheira e alface em salada.




Acompanhou com um Vinha Paz Reserva 2003. Feito no terroir de Silgueiros, Viseu pelo Dr. António Canto Moniz, apresentou-se muito elegante na prova de nariz; notas de barrica em grande nível, apesar da fruta algo escondida. Na boca, precisou de algum tempo para se mostrar em toda a sua plenitude. Apesar de ter "nascido" em 2003, ano quente, ainda está em muito boa forma. Belo vinho.(Nota pessoal: 17)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Leitão à Moda da Bairrada e Burmester Reserva 2006

Em Dezembro de 2007 falei um pouco sobre o leitão à moda da Bairrada (aqui).

Na verdade, o leitão à Bairrada é mesmo um dos meus pratos preferidos. Quando bem feito e bem acompanhado (com batatas cozidas e o molho do leitão, com uma salada à parte) é delicioso.




Claro que o acompanhamento natural deste prato, para mim, será sempre um grande tinto da bairrada ou um espumante tinto (gosto particularmente do Quinta das Bágeiras, que é bom e é proposto a um preço cordato - cerca de € 5,00).
No entanto, há algum tempo tinha provado um Casa Burmester Reserva 2006 e tinha ficado a pensar que podia ser uma boa companhia para o bácoro. E é, o vinho ainda está muito jovem e pujante, tem uma bela estrutura e taninos e um final longo. Tudo no ponto para acompanhar leitão agora ou outros pratos dentro de algum tempo. Nota pessoal: 16,5

Sardinhas de São João

As sardinhas assadas, para mim, são das coisas mais difíceis de harmonizar com um vinho; de uma forma geral, os brancos não aguentam aquela gordura... Talvez um rosé (penso sempre no Campolargo Rosé, feito com Pinot Noir - deve acompanhar bem) ou um tinto. A acidez dos vinhos verdes tintos normalmente liga bem com a sardinha, é pena haver poucas ofertas de qualidade.





O Boca de Sapo tinto nem é dos piores, mas ainda assim não faz jus a umas boas sardinhas assadas. Nota pessoal: 13,5.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Massada de Enchidos e Bechamel para Herdade Grande 2006

Este prato, simples e muito saboroso, foi feito assim:

Num tacho, deitei um pouco de azeite e juntei morcela da beira, chouriço mouro e chouriço do Alentejo; deixei alourar um pouco e juntei cerveja. Ficou uns 20 minutos em lume brando, reservei os enchidos e juntei água quente no tacho; quando levantou fervura, juntei farfalle e deixei cozer al dente. Num tabuleiro, juntei a massa e os enchidos, incorporei molho bechamel e levei ao forno pré-aquecido a 210º C.




Servi com o Herdade Grande 2006, um tinto feito por António Lança, na Vidigueira. Este 2006 é elegante, com boa concentração, muito equilibrado. Nota pessoal: 16.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Chocos com Tinta para o Muros Antigos 2008

Estes choquinhos estavam fresquíssimos, saltaram para a grelha, foram temperados com sal e azeite e servidos com batatas cozidas.




O Muros Antigos Alvarinho 2008, feito por Anselmo Mendes aparece aqui depois de se ter recentemente provado o 3 Rios 2007, o Contacto 2008 e o espumante Muros Antigos 2005. Bem feito, muito elegante, mas ainda assim, um pouco abaixo do Contacto 2008. Nota pessoal: 16.

Porco Estufado em Vinho Tinto e Bardo 2005

O porco não terá grande história; uma peça da pá cortada em nacos e estufada em vinho tinto com feijão verde e um puré de batata a acompanhar.




Para acompanhar um Bardo 2005 - um tinto do Douro, correcto, ainda jovem.

"Aroma de boa intensidade, cheio de frutos silvestres, vegetal seco, tudo com bastante impacto. É um tinto de bom corpo, com taninos firmes mas gordos e maduros, acidez no ponto certo, e uma bela frescura e vivacidade no conjunto. Um vinho de que toda a gente gosta, com final amplo e apetecível." In, RV

Nota pessoal: 15,5

sábado, 20 de junho de 2009

Filetes de Espada Preto com Espargos e Béchamel, Arroz de Feijão Branco e Endívias em Maionese com Azeo Branco 2006 - White Day

Amanhã é dia de branco, parece; como a proposta da Mary, não é um concurso e não me apetece deixar isto em "piloto automático", esta é a minha proposta para o Dia Branco...

Deixei filetes de peixe espada a marinar um pouco com sal, limão e pimenta branca; enrolei-os à volta de espargos brancos e levei ao forno; quando se apresentaram cozidos, juntei béchamel e levei de novo ao forno (sem deixar gratinar). Entretanto, fiz um arroz de feijão branco e acompanhei com endívias, temperadas com um pouco de flor de sal e maionese.




Para acompanhar, um Azeo Branco 2006...

Vinho da Região do Douro, feito a partir das castas 70% Viosinho, 20% Vinhas Velhas e 10% Rabigato. Com uma cor citrina, o vinho mostra-se no aroma muito elegante, complexo e discreto, com notas muito frescas, cítricas e mesmo algum floral, evoluído posteriormente para algumas notas minerais e um ligeiro fumado proveniente da madeira. Na boca mostra-se fresco, com uma acidez muito equilibrada. Fino e complexo, com um bom carácter de fruta viva e muito fresca, encorpado, excelente evolução e equilíbrio, com um final muito fino e prolongado. (retirado daqui). Nota pessoal: 16.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Mateus Rosé - Um Ícone Português

"O século XX assistiu ao nascimento e consolidação de MATEUS ROSÉ, a marca por excelência da Sogrape, como uma marca com dimensão verdadeiramente global. Com características que o tornam único, MATEUS ROSÉ pode afirmar-se como um cidadão do mundo, sendo reconhecido e apreciado nos sítios mais remotos, adaptando-se aos distintos gostos e culturas." (aqui)



Fernando Van Zeller Guedes foi o ideólogo deste vinho, lançado pela primeira vez em 1942 com o objectivo de conquistar um mercado global. Feito com Baga, Rufete, Tinta Barroca e Touriga Franca, este "rosado" foi-se afirmando e cumprindo o objectivo.

Será eventualmente o "nosso" vinho mais conhecido no mundo (o que não faz de nós bons, mas pronto).

E provar o vinho, mesmo sabendo que há rosés muito mais ambiciosos (na qualidade, não numa afirmação global)?

Refrescado (a cerca de 12º C), este rosado aparece pouco carregado na cor, pouco delicado no nariz, na boca, guloso (mas sem rebuçado), com algum gás, nem parece vinho. Parece mais um refresco (mesmo com os parcos 11º de álcool), para beber sem pensar, proposto a um preço cordato (€ 3,89). (nota pessoal: 14)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Sopa de Pixeis









(just to say in a week we'll have a nice dinner)

terça-feira, 16 de junho de 2009

Pitau de Raia by me and Três Rios by Anselmo Mendes

Nesta caldeirada, feita pelo meu Pai, já tinha falado do Pitau de Raia, um prato Tradicional da Praia de Mira.
No essêncial, o Pitau não é mais que uma "caldeirada" feita apenas com raia a que se juntam os fígados.


Assim, num tacho, deita-se azeite, cebola em rodelas, tomate bem maduro (pode ser com pele e graínhas, não faz mal nenhum), pimento (verde ou vermelho ou melhor, um pouco de cada) em tiras, pimentão doce, a raia cortada em pedaços e batatas de polpa branca às rodelas (a fazer camadas, mas quem já fez uma caldeirada dispensa estes apartes) e o fígado da raia. Junta-se água quase até cobrir os fígados e deixa-se a cozer em lume brando. O fígado da raia está cozido cerca de 5 a 10 minutos depois de levantar fervura - retira-se, desfaz-se com um garfo e junta-se alho picado, vinagre, pimenta branca e um pouco da calda da caldeirada. Quando as batatas e a raia estão macias, juntar esta calda e servir. (pode-se reduzir tudo a um caldo, mas eu prefiro desfazer apenas com o garfo).

Para acompanhar um Três Rios 2007 de Anselmo Mendes. Feito com as castas mais emblemáticas da região dos vinhos verdes associadas aos rios: Alvarinho (Minho), Loureiro (Lima) e Avesso (Douro). Foi considerado pela Revista de Vinhos uma das boas compras de 2008, com uma classificação de 16. Para mim, o vinho mostrou-se algo fechado e cansado, talvez a mostrar que já devia ter sido bebido (nota pessoal: 15)

domingo, 14 de junho de 2009

Contacto Alvarinho 2008 para Schnabel

Mais um vinho de Anselmo Mendes... O rótulo diz tudo sobre o vinho. Um Alvarinho à antiga, circunspecto, muito/demasiado novo ainda, mas a mostrar desde já que tem pernas para andar. Algo ávaro de aromas, vai abrindo no copo e mostra toda a exuberância floral da casta. Muito elegante na boca, nem se notam os 13º de álcool, com um final médio-longo. Um vinho que vai mostrar o seu melhor daqui a um ano ou dois, mas que dá já um enorme prazer (nota pessoal: 16,5)



Um acompanhamento natural para este vinho? Uma esplanada a olhar para o mar, ou este filme de Schnabel...

Cachaço de Vitela no Forno

Mais uma vitela Mirandesa. No tabuleiro deitei um fundo de azeite, uma cabeça de alho inteira, sumo de limão, pimenta e a "baca" passada por sal e alho. Deixei assar a baixa temperarura (90º C) durante quatro horas e servi com batatas assadas.




Para acompanhar um Quinta das Tecedeiras Reserva de 2002.

Sangria de Vinho Branco

Esta sangria foi feita com vinho branco (recomendo vivamente um vinho "bebível") a que juntei cerejas cortadas em metades, maçã e pêssego em calda (juntar também um pouco da calda). Deixar a descansar umas horas no frio e servir.

Moelas Estufadas by me

Moelas de frango estufadas...

Num tacho, juntei cecola picada, alho esmagado e banha de porco; juntei polpa de tomate e as moelas. Adicionei vinho branco, sal, pimenta, cravinho e cominhos e deixei a estufar em lume brando; juntei ainda malagueta e mostarda e servi, com Super Bock mini.

sábado, 13 de junho de 2009

Choquinhos Salteados, Arroz de Tomate e Quinta do Carmo Branco 2008

Uma proposta simples; uns choquinhos salteados em azeite e alho com um arroz de tomate malandrinho...



Ainda não tinha provado o Quinta do Carmo Branco 2008. Apareceu a um preço um pouco abaixo do normal (cerca de € 6,80). É feito em Extremoz com Arinto e Antão Vaz. A primeira nota negativa começa ao abrir a garrafa - vedante sintético. Claro que o vinho tem um perfil que aconselha a que se beba jovem, mas uma rolhinha de cortiça, nem custava nada (não havia necessidade). O vinho é equilibrado, feito para se beber sem pensar muito. Segunda nota negativa, o rótulo e o contra-rótulo começam a descolar... Bem, vedante sintético e rótulo que descola? É para uma pessoa se esquecer da prova? (bem, nota pessoal: 15 - e por metade do preço há melhor).

Muros Antigos Espumante 2005

Este Espumante é feito por Anselmo Mendes em Monção, com Alvarinho e Alvarelhão; muito bem no aroma, muito fresco e frutado, com boa acidez, com bolhinhas muito elegantes. Para beber a solo. (nota pessoal: 16)


sexta-feira, 12 de junho de 2009

Massada de Corvina para Ervideira Antão Vaz 2008

Esta massada foi feita assim:

Num tacho, deitei água, sal, orégãos secos, louro e pimenta preta; depois da água estar a ferver, juntei a corvina e deixei cerca de dois minutos. Retirei o peixe, limpei de pele e espinhas e reservei. Coei a água da cozedura e reservei.
Noutro tacho, deitei azeite e cebola picada; deixei a cebola ficar transparente e juntei polpa de tomate. Deixei estufar, juntei a água da cozedura do peixe, ovo (para escalfar) e macarrão riscado; deixei a massa cozer al dente e incorporei o peixe. Juntei salsa picada antes de servir.



Para acompanhar este Ervideira Antão Vaz 2008. Muito exuberante, com aromas cítricos e de fruto tropical, bela acidez. (nota pessoal: 16)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Parceria - CHOC-CHA-WA/BAS-AZE - bolo frio de CHOcolate, CHÁ verde e WAsabi e BAStardinho de AZEitão 30 Anos.

Há algum tempo vi esta receita aqui.
Um requintado chifon de chocolate com mousse de chocolate, mousse de chá verde e ganache de chocolate com wasabi. Este Bolo (receita de Filipe de Almeida Santos) ganhou o primeiro prémio no Festival de Chocolate de Óbidos no ano passado.
Assim, propus nova parceria virtual à Isabel.



A Isabel fez o bolo e eu sugiro este Bastardinho de Azeitão 30 Anos da Casa José Maria da Fonseca para acompanhar.

Este vinho era feito com uvas da casta Bastardo provenientes de uma vinha que foi arrancada. Ainda há à venda em garrafeiras (preço médio: € 80,00 uma garrafa de meio litro). É apenas um dos melhores vinhos fortificados feitos em Portugal (nota pessoal: 18,5).~

Panga, Peixe Gato - riscado ou a riscar?



O texto que transcrevo abaixo anda por aí a circular:


"O Peixe gato ou panga: a nova aberração da globalização 

O panga é um novo tipo de peixe que encontramos sobretudo sobre a forma de filetes, a um preço muito barato(?).O panga é um peixe de cultura intensiva/industrial no Vietname, mais exactamente no delta do rio Mekong e está a invadir o mercado devido ao seu preço.

Eis o que deve saber sobre o Panga:

Os Pangas estão infestados com elevados níveis de venenos e bactérias. (arsénio dos efluentes industriais e tóxicos e perigosos subprodutos do crescente sector industrial, metais contaminantes, bifenilos poli clorados (PCB), o DDT e seus (DDTs), clorato, compostos relacionados (CHLs), hexaclorocicloexano isómeros (HCHs), e hexaclorobenzeno (HCB)).

O rio Mekong é um dos rios mais poluídos do planeta.

Não há nada de natural nos Pangas - Eles são alimentados com peixes mortos restos e ossos de secas e de solo numa farinha, da América do Sul, a mandioca (mandioca) e resíduo de soja e grãos. Obviamente, este tipo de alimentação não sã não tem nada a ver com a alimentação num ambiente natural.

Ela mais não faz do que assemelhar-se ao método de alimentação das vacas loucas (vacas que foram alimentadas com vacas, lembra-se?) A alimentação dos pangas está completamente desregulada.. O panga cresce 4 vezes mais rápido do que na natureza ...

Além disso os pangas são injetados com PEE -alguns cientistas descobriram que se injectassem as fêmeas pangas com as hormonas femininas derivados de desidratado de urina de mulheres grávidas, a fêmea Panga produziria os seus ovos muito rapidamente e em grande quantidade, o que não aconteceria no ambiente natural (uma Panga passa a produzir assim aproximadamente 500.000 ovos de uma vez). Basicamente, são peixes com hormonas injectáveis (produzidas por uma empresa farmacêutica na China) para acelerar o processo de crescimento e reprodução. Isso não pode ser bom.

Ao comprar pangas estamos a colaborar com empresas gigantes sem escrúpulos e gananciosas que não se preocupam com a saúde e o bem-estar dos seres humanos.

Este comercio está a ser aceite por grandes superfícies que os vendem ao público em geral, sabendo que estão a vender produtos contaminadas.

Nota: devido à prodigiosa quantidade de disponibilidade de Pangas, este irá acabar noutros alimentos: surimi (aquelas coisas com pasta de peixe), peixe terrines e, provavelmente, em alguns alimentos para animais. ( cães e gatos!)"


Depois de ter lido algumas patetices em fóruns e blogues, fui ver do fundamento de algumas afirmações do texto. Parece-me que isto foi começado (ou, pelo menos potenciado) pelos pescadores Galegos que referem ter mandado analisar o peixe num laboratório acreditado.

Na verdade, o Parlamento Europeu, depois de ter sido questionado sobre a eventual toxicidade do peixe gato, pediu o resultado das análises (entretanto passaram-se dois anos). A ASAE, ao ser questionada, apenas refere que não é mais perigoso comer panga do que comer outro qualquer produto de aquacultura.

Pronto, é tudo. Se há pessoas que são ingénuas ao ponto de pensarem que se o peixe fosse mesmo tóxico entrava nos circuitos comerciais, bem que podiam procurar informação nos sítios certos. Eu não consumo, como aliás, deixei de consumir as ameijoas vietnamitas, desde que há algum tempo as preparei e sabiam mal...


Já agora, deixo um link para este artigo do El Pais...

terça-feira, 9 de junho de 2009

Caldeirada de Borrego para dois Patos (Lewis and Donald)

No receituário tradicional Português, a carne de ovelha aparece em geral, apenas em preparações quase "de circunstância"; num aldrabo da beirã chanfana, num alentejano ensopado (preferencialmente de jovem borrego).
Esta proposta cruza a preparação da "nossa" caldeirada (de peixe, claro) com a adição de whisky (a "receita" original é do meu pai...)

Assim, num tacho, deitei um fundo de azeite, sal marinho, cebola em rodelas, alho esmagado, pimento vermelho em tiras, polpa de tomate, pimenta (branca e preta, passada no almofariz), um pouco de louro em folha, o borrego cortado em pedaços a fazer uma camada, mais cebola e pimento, as batatas (de polpa amarela - Desirée - cortadas em rodelas com um centímetro de espessura) a fazer a camada final... Juntei whisky (meia garrafa=35cl) e levei a lume brando. Quando o conteúdo do tacho levantou fervura, juntei um pouco de água a ferver até cobrir o preparado. Mantive em lume brando, sem mexer (ia só abanando o tacho) até as batatas estarem cozidas e macias, mas sem se desfazerem (a adição de álcool ao preparado, impede que as batatas se desfaçam)...



A caldeirada ficou fantástica, com as costeletas do borrego extremamente macias e sápidas...



e com uma parte da perna, absolutamente deliciosa...



Para acompanhar esta "caldeirada", um vinho de Luís Pato... O Vinha Barrosa 2001.
Já provado algumas vezes e sempre a mostrar-se em grande nível... A rolha, ao fim de oito anos está nova.
O vinho foi decantado, ligeiramente refrigerado (16º C) e servido; apresenta-se muito jovem na cor. No nariz, Baga, Baga, Baga (algumas notas de mentol, BTW) em suprema elegância. Na boca, fino e cheio (um paradoxo para o Eng. Luís Pato explicar) e mais Baga e mais elegância e muita estrutura, e muita complexidade; um final longo, uma enorme apetência gastronómica, a merecer em pleno a nota da Senhora Jancis Robinson (18, assino por baixo).

Ah, e parabéns ao Pato Donald - faz 75 anos, eh eh