quarta-feira, 25 de abril de 2012

Pregado no Forno | Aneto Branco 2010

O pregado é um peixe do fundo do mar, todo torto, primo de solhas, rodovalhos e linguados e talvez o único peixe que não perde muito ao ser criado em cativeiro (pelo menos este, oriundo da fábrica da pescanova instalada na praia de mira, de águas frias, com a benção do sr. pinto de sousa e depois dos galegos se terem recusado a ter tal indústria nas suas águas).



Exemplar médio, cerca de 700 gramas, devidamente arranjado/eviscerado...
Ficou reservado enquanto rodelei cebola e batata em rodelas finas a que juntei pimenta esmagada no almofariz, tiras, poucas e finas de pimento vermelho, alho esmagado e generoso azeite, tudo metido num tabuleiro de barro que foi ao forno médio (160º C) até as batatas confitarem por dentro. Depois foi juntar o pregado, tomado de sal e com limão onde estiveram as guelras, ao tabuleiro e levar a forno mais esperto (180º C) até o peixe assar e as batatas dourarem (cerca de vinte minutos, se ficar mais um pouco não é dramático, já que o bicho tem uma pele grossa que o protege da secagem prematura).




Acompanhei o prato com um Aneto Branco 2010, de Francisco Montenegro. A ficha técnica é esta aqui e posso dizer que é um vinho que respira Douro. Gouveio, Malvasia Fina, Rabigato e Viosinho em partes iguais com um quarto do vinho a fermentar em pipas novas de Carvalho Francês dão um vinho opulento de aromas cítricos, bom na boca com alguma mineralidade e bom final. Custa oito euros, o que lhe dá o privilégio de ter umas das melhores relações qualidade/preço nos brancos do Douro. Imperdível :) 

2 comentários:

  1. Gostei de, finalmente ter conhecido o sr pregado... é um peixe chato como os seus primos mas muito mais largo...
    Adoro peixes sobretudo no forno!
    Beijinhos.

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  2. Além da cultura gastronómica que esta receita revela sobre o seu autor, foi com imenso gosto que vi um caso raríssimo de qualidade literária. Um português absolutamente irrepreensível, mostrando que a qualidade deve estar presente em tudo, até na forma como nos exprimimos e escrevemos os nossos textos.
    Parabéns, Sr. Amândio Cupido!
    A. Ferreva
    Coimbra

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